A técnica é o grande aliado na formação de uma pastagem de sucesso. O conhecimento é um fator decisivo e a maioria dos procedimentos necessários para uma boa formação, apresentados a seguir, não gera aumento de custo.
1° PASSO: preparo do solo
– Amostra de solo:
Inicia-se pela coleta de amostras do solo para análise. De posse do resultado das análises é recomendado que se procure um Engenheiro Agrônomo para que esse faça as recomendações pertinentes sobre calagem, adubação, a escolha do melhor capim, assim como sua forma de plantio.
– Correção da acidez:
A calagem deve ser feita entre 60 e 90 dias antes do plantio, para que o calcário tenha tempo de reagir no solo.
– Decomposição de restos culturais:
É muito importante esperar que o material vegetal incorporado ao solo pela aração se decomponha antes do plantio; caso contrário, as sementes morrerão por causa dos efeitos da fermentação desse material.
– Limpeza da área:
Eliminar rebrote de cerrado de porte alto, arbustos, moitas, tocos, paus ou galhadas.
– Conservação do solo:
Construir terraços ou curvas de nível quando a área apresentar susceptibilidade ou risco de erosão ou até mesmo escorrimento superficial da água das chuvas.
2° PASSO: plantio
– Época de plantio:
Para a maioria das forrageiras, a época do plantio é muito ampla em quase todo o território nacional, começando com as primeiras chuvas em setembro até março. A melhor época é quando as chuvas se firmarem e ficarem mais frequentes.
– Métodos de plantio:
Seja qual for o método escolhido o plantio deve possibilitar a distribuição uniforme das sementes por toda a área a ser formada. No caso de plantio em linhas ou covas, o espaçamento entre elas deve ser o menor possível. Sementes miúdas como as dos capins colonião, tanzânia, mombaça, andropógon e setária devem ser enterradas, no máximo, a 2 cm de profundidade, enquanto que as de brachiaria (brizantha, decumbens e humidícola) a até 4 cm.
a. Plantio à lanço:
O solo deve estar devidamente preparado, e após a semeadura das sementes incorporá-las ao solo com a ajuda de uma grade niveladora fechada ou rolo compactador de ferro ou pneus, com maior peso no solo arenoso; médio, no misto, e leve, no argiloso. Não passar o rolo em solos com excesso de umidade, para que a terra não grude no rolo e não compacte o solo.
Vantagens: esse tipo de plantio proporciona maior rendimento, facilidade de regulagem do equipamento e boa distribuição das sementes.
Desvantagens: necessita de maior quantidade de sementes no plantio; o vento muito forte pode atrapalhar; é necessário outro equipamento para a incorporação das sementes.
b. Plantio manual:
Com o solo devidamente preparado, esse plantio é realizado com o uso de matracas. O ideal é soldar uma chapa de até 2 cm na saída do equipamento, com o objetivo de regular a profundidade das sementes. A compactação do solo é feita pisando com os pés no local onde foram depositadas as sementes com a matraca.
c. Plantio aéreo:
Para plantio aéreo, o solo deve estar devidamente preparado, a quantidade de sementes deverá ser aumentada em 50%. Esse tipo de plantio possui boa eficiência de distribuição das sementes, sendo recomendado principalmente para grandes áreas, porém não há a incorporação das sementes, e também épocas com muitos ventos podem atrapalhar.
d. Plantio com semeadeira:
Deve seguir as mesmas exigências do plantio à lanço, com espaçamento entre linhas de 13 a 40 cm, dependendo do equipamento e espécie forrageira, com profundidade de 0,5 a 2 cm. Se a semeadeira não possuir sistema de compactação, passar o rolo compactador. Trabalhar com o depósito de sementes da semeadeira sempre cheio diminui a segregação das sementes. Se isso não for feito, as sementes mais granadas/pesadas tenderão a serem plantadas primeiro e as menos granadas/mais leves ficarão para o fim. Esse problema ocorre dentro do depósito por causa da trepidação da máquina em movimento, e pode resultar em desigualdade no estabelecimento da pastagem.
As sementes devem ser cobertas pelo solo após a sua distribuição na área, sendo possível o uso das semeadeiras de linha que fazem isso automaticamente.
Finalmente, podemos listar alguns fatores que afetam a formação de uma pastagem:
- Quantidade inadequada de sementes
- Não incorporação das sementes no plantio
- Fermentação do material orgânico do solo
- Umidade do solo
- Profundidade das sementes no plantio
- Solo mal preparado
- Utilizar cova aberta depois de semear
- Dormência: característica apresentada pelas sementes de forragem que mesmo viáveis não germinam
Fonte: Sementes Germibras | Pastagens com sustentabilidade e responsabilidade.